Primeiro Plano 2017: a resistência dentro e fora da sala de cinema

“Em 2017, lutamos para não sumir”. No mesmo ano em que o Cinearte Palace, o último cinema de rua de Juiz de Fora, fechou as portas de forma definitiva, a resistência é o mote para a 16ª edição do Festival Primeiro Plano. Acontecendo entre os dias 23 e 28 de outubro no Cinemais - Shopping Alameda, o evento aposta em uma programação variada de exibições, oficinas e debates, que não se restringe apenas ao ambiente da sala de cinema. Confira o que vai rolar:

Estreia de longas


"Fala Comigo" também conta com Denise Fraga no elenco
A abertura ficará por conta do ganhador de melhor filme no Festival do Rio do ano passado, o drama “Fala Comigo” de Felipe Sholl. O longa mostra a relação complicada entre Diogo (Tom Karabachian), um adolescente de 17 anos que sente prazer em ligar para as pacientes da mãe psicanalista, e a recém-divorciada Ângela (Karine Teles).

Já a segunda noite fica por conta da ambiguidade das relações familiares de “Mulher do Pai” (Cristiane Oliveira, 2016). A produção ganhou em três categorias no Rio, entre elas a de melhor direção, além de também ter sido uma das nomeadas no Festival de Berlim. A programação recheada de filmes que tiveram destaque nos festivais internacionais não para por aí, com “Elon Não Acredita na Morte” (Ricardo Alves Jr., 2016) sendo a atração de quarta-feira.
Entre as personagens de "Meu Corpo é Político" está a atriz e cantora MC Linn da Quebrada
A atração internacional da vez é o drama “O Diabo é Magnífico” (Nicolás Videla, 2016) que acompanha as aventuras amorosas e sexuais de Manu, uma imigrante chinela. As questões de identidade de gênero e sexualidade continuam com “Meu Corpo é Político” que fecha o último dia das mostras competitivas.

Ganhador de vários méritos no Festival do Rio deste ano, o documentário “A Parte do Mundo que me Pertence”, do juiz-forano Marcos Pimentel, é o destaque da Mostra Audiovisual de JF.

Mostras competitivas


Cena de "Ainda é Cedo"
As mostras competitivas deste ano contam com mais de 50 curtas. Na Regional, o ato de resistir assume diferente formas, indo desde a ocupação da Reitoria feita pelos estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora, passando pelo espaço da mulher na noite boêmia e chegando até o racismo velado presente nos filmes de terror. O preto e branco assola a competitiva Mercocidades, com temáticas que vão desde um romance embalado por clássicos bregas até às limitações da velhice.

Dentro da mostra Regional será oferecido o Prêmio Incentivo Primeiro Plano, que concede um prêmio em dinheiro para o ganhador realizar outro curta que será exibido na edição seguinte do festival. Ana Cláudia Ferreira, que ganhou o incentivo em 2016, abre o festival ao lado de “Fala Comigo” com o curta “Ainda é Cedo”.

Além disso, duas produções ganhadoras da edição passada retornam para a sessão de encerramento. O documentário “Quem Matou Eloá?” (Lívia Perez, 2015) explora a problemática do feminicídio tendo como ponto de partida a cobertura jornalística do caso Eloá. O curta levou quatro categorias, entre elas a de Melhor Filme. Já “As Três” (Elena Sassi, 2016), ganhador de Melhor Direção, conta o fim de semana de três amigas de infância.


Exibições especiais


A juiz-forana Andréia Horta no papel de Elis Regina, em "Elis"
Uma das novidades da 16ª Edição é a busca por uma maior inclusão. Por isso, a Sessão Lanterninha, com filmes destinados para o público infanto-juvenil, contará com duas sessões com audiodescrição e legendagem. Os recursos são usados para a melhor compreensão por parte de deficiente auditivos e acontecerão na quinta e na sexta. Nela, além dos curtas independentes, ainda será possível assistir o sucesso nacional “Elis” de Hugo Prata.

A inclusão também vai ser geográfica! O Festival Primeiro Plano sai do Centro da cidade para promover o Cinema na Praça, que será realizado na Praça CEU, no Bairro Benfica. Além disso, acontece pela primeira vez a Oficina Querô, na Escola Estadual Governador Juscelino Kubitscheck. A iniciativa pretende estimular crianças e jovens a produzirem seus próprios mini-metragens com um minuto de duração.


Eventos paralelos


Ganhador de Melhor Ator no Festival de Brasília, Rômulo Braga ministra uma das oficinas
Como de costume, o festival também oferece oficinas para os interessados em se aprofundar no processo de produção da sétima arte. Serão três minicursos nas seguinte áreas: atuação, direção de arte e direção de fotografia. Ao longo da semana, também será realizado o 2º Laboratório Latino-Americano de Curta-Metragens. O projeto dá aos roteiristas selecionados a oportunidade de consultoria com profissionais experientes na indústria cinematográfica internacional.

Além dos debates diários com as equipes das mostras competitivas, na quarta-feira, dia 25, ainda acontecerá o Encontro sobre Produção em Cinema com Acessibilidade Comunicacional, que visa apresentar e discutir ideias para uma produção audiovisual mais inclusiva. O encontro acontecerá às 10h, no Plenário da Câmara de Vereadores de Juiz de Fora.

Gostou? Você pode conferir mais detalhes, como o horário das exibições e o local das oficinas, no site do Festival!

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