Foi pouco antes das manifestações que assolaram o país em 2013 que os quadrinhos polêmicos de O Doutrinador se popularizaram na internet. O anti-herói brasileiro que mata políticos corruptos foi criado pelo designer gráfico e quadrinista Luciano Cunha em 2010 e foi relançado em 2013 como forma de protesto em relação às tensões políticas da época. Desde então, o vigilante ganhou imensa popularidade e promete usar a TV e o cinema como ferramentas para mudar o cenário dos quadrinhos nacionais.
Por vezes censurada pelo seu teor político, a HQ – que, segundo o criador, já foi barrada por ser considerada, ao mesmo tempo, de extrema direita e de extrema esquerda – não se poupa de referências à realidade brasileira. Vemos caricaturas de personalidades conhecidas, como Eduardo Cunha, Aécio Neves e Dilma Rousseff, além de histórias envolvendo grandes escândalos como o caso do helicóptero encontrado com mais de 400 quilos de cocaína em Minas Gerais. A ambiguidade do Doutrinador, que figura entre o fascismo e o anarquismo, é o que dá gás para as controvérsias que alimentam a produção.
HQ brasileira de Luciano Cunha será adaptada para os cinema em 2018 |
Um dos principais objetivos da editora Guará Entretenimento, responsável pelo anti-herói, é um futuro transmidiático para as HQs brasileiras. A ambição da editora já colheu bons frutos. Além de duas séries televisivas – uma animada e uma live-action – para o canal Space, O Doutrinador já tem planejado um filme em parceria com a Paris Filmes e a Downtown Filmes com previsão de lançamento para 2018.
Roteirizada por Gabriel Wainer e dirigida por Afonso Poyart, responsável por 2 Coelhos, a produção ainda está em suas etapas iniciais, mas já representa uma abertura de precedentes para próximas adaptações. Apesar de ser uma ideia a longo prazo, Wainer e Cunha não negam o desejo de criar um universo cinematográfico, como as gigantes dos quadrinhos internacionais, e não excluem a possibilidade da aparição de outros heróis brasileiros em O Doutrinador. E tem mais: os olhos dos produtores não estão voltados apenas para o futuro. Reviver super-heróis esquecidos dos quadrinhos brasileiros, como o Anjo e o Judoka, também fazem parte dos planos.
Roteirizada por Gabriel Wainer e dirigida por Afonso Poyart, responsável por 2 Coelhos, a produção ainda está em suas etapas iniciais, mas já representa uma abertura de precedentes para próximas adaptações. Apesar de ser uma ideia a longo prazo, Wainer e Cunha não negam o desejo de criar um universo cinematográfico, como as gigantes dos quadrinhos internacionais, e não excluem a possibilidade da aparição de outros heróis brasileiros em O Doutrinador. E tem mais: os olhos dos produtores não estão voltados apenas para o futuro. Reviver super-heróis esquecidos dos quadrinhos brasileiros, como o Anjo e o Judoka, também fazem parte dos planos.
O Doutrinador representa uma reviravolta nas produções brasileiras voltadas para este cunho |