15 filmes para conferir no Festival do Rio


“Para enfrentar estes tempos, a recomendação é uma só: vá ao cinema.” É com estas palavras que o Festival Internacional do Rio comemora sua vigésima edição, entre os dias 1º e 11 de novembro. A programação conta com impressionantes 200 filmes de mais de 60 país, sendo exibidos em cerca de 20 locais espalhados por toda a capital carioca.

Ainda não sabe o que assistir? Com base nos festivais estrangeiros e na recepção dos críticos, nós separamos uma lista de 10 filmes diversificados que podem te ajudar a dar o pontapé inicial no festival deste ano!

1) Assunto de Família

Manbiki Kazoku | Hirokazu Koreeda | Japão | 2018

A classe média japonesa ganha uma abordagem complexa e cheia de nuances no drama ganhador da Palma de Ouro no Cannes de 2018. O premiado cineasta Hirozaku Koreeda retorna para as telonas com a história de uma família que se sustenta de pequenos roubos. Quando encontram uma criança perdida na rua, marcada fisicamente por abusos domésticos, decidem a acolher, mas acabam se envolvendo em um escândalo ao serem acusados de sequestro. Prezando os pequenos detalhes, como o olhar e o toque, o filme constrói a dinâmica única desta família, que possuiu um código moral diferente da sociedade ao seu redor.

2) Infiltrado na Klan

BlacKkKlansman | Spike Lee | EUA | 2018

Em seu novo filme, o visionário Spike Lee narra a história de Ron Stallworth, o policial negro que conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan, organização extremista que prega ideias racistas nos Estados Unidos desde o final do século 19. O roteiro espirala numa investigação da discriminação institucionalizada da América do Norte, enquanto mantém a natureza irônica que consagrou Lee, misturando uma pitada de comédia em assuntos sérios e chocantes. O diretor não é o único grande nome da ficha técnica, que também inclui Jordan Peele (Corra!), como produtor, e Adam Driver (Star Wars), no elenco.

3) Em Chamas

Beoning | Lee Chang-dong | Coreia do Sul | 2018

Livremente baseado em um conto do escritor japonês Haruki Murakami, esse eletrizante suspense é centrado na amizade de Haemi (Jun Jong-seo) e Jongsu (Ah-in Yoo) que é envolta em mistérios com a chegada de Ben (Steven Yeun, de "The Walking Dead"). O filme foi a sensação do ano no circuito dos festivais e arrancou elogios por onde passou. Esse é o primeiro filme do diretor em oito anos e é o representante sul-coreano na corrida pelo Oscar.

4) Guerra Fria

Zimna wojna | Pawel Pawlikowski | Polônia | 2018

Uma impetuosa história de amor na Polônia do pós-Guerra ganha vida através da maestria de Pawlikowski, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com o drama “Ida” em 2015. A história deixa transpirar um tom extremamente pessoal, tanto que o diretor não apenas dedica o filme ao seus pais, como também nomeia os protagonistas apaixonados em homenagem à eles. Além da narrativa intensa, amplificada pelo visual preto-e-branco, o romance chamou a atenção da crítica por sua trilha sonora, que dá o toque final na criação de um longa-metragem extremamente atmosférico.

5) Tinta Bruta

Tinta Bruta | Filipe Matzembacher, Márcio Reolon | Brasil | 2018
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Chamado de “um estudo de personagem hipnoticamente íntimo” pelo The Hollywood Reporter, a produção brasileira foi um dos grandes destaques no Festival de Berlim deste ano, conquistando o Teddy Bear - prêmio dedicado a narrativas LGBTQ+. Ambientado em Porto Alegre, Pedro (Shico Menegat) é um jovem socialmente reprimido que só encontra conforto nas performances com tinta neon que faz em bate-papos onlines. Sua vida sai dos eixos quando, além de enfrentar um processo criminal e a partida de sua irmã, ele descobre que um outro homem está copiando sua técnica na internet. O drama promete ser um retrato assombroso do afeto e da solidão em uma época na qual a sensação instantânea de aconchego pode ser encontrada à alguns cliques de distância.

6) Matangi / Maya / M.I.A.

Matangi / Maya / M.I.A. | Stephen Loveridge | Reino Unido | 2018

“Live fast, die young, bad girls do it well”. Refugiada e filha do fundador de um grupo de resistência tâmil no Sri Lanka, a vida pessoal da rapper M.I.A. é tão cheia de altos e baixos quanto sua vida pública. O documentário, editado pelo melhor amigo da cantora, é produto de gravações feitas por ela mesma através das décadas, abordando desde a guerra civil e o genocídio em seu país até os bastidores do sucesso musical estrondoso. Muito além de um olhar intimista do micro, o filme é um comentário do macro, abordando questões como perseguição midiática, imigração e preconceito.

7) Cafarnaum

Capharnaüm | Nadine Labaki | Líbano | 2018

A diretora libanesa Nadine Labaki deixa de lado as sutilezas ao contar a história de Zain (Zain Al Rafeea), um garoto de 12 anos que decide processar seu pai por trazerem ele ao mundo. A produção divide a crítica entre aqueles que acham o roteiro oportunista, apenas indo em busca de lágrimas da plateia; e aqueles que o consideram uma ilustre execução de um argumento complexo. Em um aspecto, todos concordam: as atuações são espetaculares. O filme é o representante do Líbano para o Oscar de 2019.

8) Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos

Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos | João Salaviza, Renée Nader Messora | Brasil | 2018

O principal conflito deste drama luso-brasileiro é a batalha entre tradição e modernidade. Ihjãc, um jovem do povo Krahô, é surpreendido por dois visitantes: o primeiro é o espírito de seu falecido pai, se queixando da ausência de uma celebração para encerrar o período de luto; o segundo é uma arara, que traz consigo o anúncio que o futuro do menino é se tornar um xamã. Infeliz e sentindo intensas dores, Ihjãc decide deixar a aldeia em busca de ajuda na cidade vizinha. Ambientado no Tocantins, o filme foi rodado em 16mm, para aproveitar os tons terrosos, orgânicos e quentes do cenário. Foi destaque no Cannes 2018, sendo o ganhador da mostra Um Certo Olhar.

9) Diamantino

Diamantino | Gabriel Abrantes, Daniel Schmidt | Brasil | 2018

Esperançoso, satírico e fantasioso, Diamantino constrói uma alegoria política a partir de um astro do futebol que termina sua carreira na obscuridade. Partindo em uma jornada surreal em busca de um novo propósito de vida, o jogador (interpretado por Carloto Cotta) enfrenta grandes questões que assolam o cenário mundial, como o neofascismo e a crise de refugiados - sem perder o tom bem-humorado. O filme é uma co-produção entre Portugal, Brasil e França e foi o escolhi pela Semana da Crítica no Cannes 2018.

10) O Grande Circo Místico

O Grande Circo Místico | Cacá Diegues | Brasil | 2018

O festival vai dar a chance do público conferir o representante brasileiro ao Oscar Estrangeiro do próximo ano. O enredo segue cinco gerações da mesma família circense, desde a inauguração do espetáculo em 1910 até os dias atuais. O roteiro é baseado no poema de mesmo nome do alagoano Jorge de Lima, contido no livro "A Túnica Inconsútil" de 1938. Entre os nomes no elenco estão Vincent Cassel, Bruna Linzmeyer, Jesuíta Barbosa e Mariana Ximenes.

11) O Hotel às Margens do Rio

강변 호텔 | Hong Sang-soo | Coreia do Sul | 2018

Younghwan (Ki Joobong) é um velho poeta que sente sua morte se aproximando. Ele se refugia em um pacato hotel ao lado do rio Han, convidando seus filhos para passarem os últimos dias juntos. Os cenários gelados do inverno coreano dão margem à uma história melancólica que se desenrola em dois núcleos: os conflitos familiares e os mistérios integrantes da recém-chegada Sang-Hee (Kim Min-hee), que se hospeda no hotel para se recuperar de um término. Bem recebido pela crítica em diversos festivais, o drama chamou a atenção por quebrar a estética narrativa da filmografia de Sang-soo.

12) Tarde Para Morrer Jovem

Tarde Para Morir Joven | Dominga Sotomayor Castillo | Chile | 2018

Descrito como uma mistura de “Capitão Fantástico” com Lucrecia Martel, o drama adolescente chileno conquistou o público e a crítica por onde passou. Depois de décadas de uma das ditaduras militares mais violentas da América Latina, o Chile se redemocratiza no início da década de 1990. No interior, bem longe dos perigos da cidade, uma família se reúne para comemorar o Ano Novo e o fim do regime autoritário. Partindo do ponto de vista dos integrantes mais jovens do clã, um tom de ameaça e incerteza ainda parece pairar no ar. Extremamente atmosférico e sensorial, o filme fez de Dominga Sotomayor Castillo a primeira mulher a ganhar o Leopardo de Melhor Direção no Festival de Locarno.

13) Não Me Toque

Nu mă atinge-mă | Adina Pintilie | Romenia | 2018

Transitando entre realidade e ficção, a produção segue a vida de três pessoas que buscam maior liberdade sexual e conexão emocional. Do terror de novas experiências aos desafios de reconhecer vulnerabilidades, o filme constrói um olhar experimental, minucioso e reflexivo sobre o sexo na atualidade, tendo os corpo de seus protagonistas como principal ferramenta para isso. Essa é a estreia da diretora nas telonas e já garantiu a ela o Urso de Ouro, principal prêmio do Festival de Berlim.

14) Morto Não Fala

Morto Não Fala | Dennison Ramalho | Brasil | 2018

Neste terror nacional, Daniel de Oliveira interpreta Stênio, um funcionário de um necrotério que tem o dom de falar com os mortos. Ao usar as informações que os corpos lhe revelam para uma vingança pessoal, ele libera uma maldição que passa a atormentar sua vida. A direção de Dennison Ramalho chamou a atenção no Fantasia Festival - referência internacional dos filmes de gênero - pela estética gore e pela abordagem que, ao mesmo tempo que reverencia os clássicos do terror, também é refrescante.

15) As Viúvas

Widows | Steve McQueen | EUA | 2018

Ganhador do Oscar de Melhor Direção por 12 Anos de Escravidão, o cineasta Steve McQueen retorna para as telonas com o drama de três viúvas que precisam se unir para quitar as dívidas deixadas pelas atividades criminosas de seus maridos. McQueen também assina o roteiro, co-escrito com Gillian Flynn, autora de Garota Exemplar (2014) e da minissérie Objetos Cortantes (2018). O filme foi escolhido para abrir esta edição do festival e conta com um elenco recheado de estrelas, como Viola Davis, Daniel Kaluuya e Liam Neeson.

Tem alguma indicação que também está na programação do Festival? Conta aí nos comentários!

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