Deadpool 2 - A segunda vez é ainda melhor (?)

Deadpool 2 é o esperado retorno de Ryan Reynolds ao papel do mutante mercenário após a grata surpresa do seu filme de origem, cujo sucesso absoluto - especialmente de bilheteria, frente ao seu "modesto" orçamento - criou uma nova franquia para a FOX, garantindo uma sobrevida à já saturada franquia X-Men.

Para esta sequência, Ryan Reynolds conta novamente com o apoio de personagens como sua namorada Vanessa (Morena Baccarin), o taxista Dopinder (Karan Soni) e o mutante Colosso (Stefan Kapicic). Além de contar com várias participações especiais divertidíssimas,  o reforço no elenco fica por conta de Josh Brolin (Cable) Zazie Beetz (Domino), ambos excelentes e trazendo novas possibilidades para o universo do mercenário, inclusive uma possível nova franquia derivada.

Com a saída de Tim Miller, diretor do primeiro longa, coube ao diretor de filmes de ação David Leitch, recém saído de grandes sucessos como John Wick (2014) e Atômica (2017), descobrir como evoluir um personagem com enorme potencial - principalmente para a comédia - para algo com mais apuro estético e estofo emocional.

Neste primeiro quesito, o filme é bem sucedido, permitindo-se usar a câmera com mais variedade e explorando cores mais vibrantes, em contraste com a estética acinzentada e limitada pelo orçamento apertado do primeiro longa. Nesta troca, quem sai perdendo são os efeitos especiais, que sentem a falta de um especialista no assunto como Tim Miller.

Já no quesito narrativo, o filme se preocupa em repetir (e aumentar, como toda sequência) tudo que deu certo na primeira vez, especialmente o humor ácido-escatológico repleto de referências à cultura pop contemporânea e momentos de metalinguagem e "quebra da quarta parede". Infelizmente, em meio à várias novas piadas engraçadíssimas, o filme diversas vezes opta por sua zona de conforto e passa a referenciar também a si mesmo, reciclando gags e momentos do primeiro filme, e parece indeciso ao dividir o espaço do seu humor com uma jornada de redenção que caberia melhor em outros filmes do gênero.

Essa indecisão tonal é o grande ponto fraco do filme, pois parece abandonar o humor autoconsciente característico da obra e do seu protagonista para dar lugar a um sentimentalismo deslocado, que parece retirado exatamente do tipo de filme que Deadpool tanto ironiza e se coloca no caminho do divertimento anárquico prometido pela divulgação e esperado pelos fãs.

No fim das contas, o saldo ainda é extremamente positivo, pois mesmo as situações de humor repetidas e a jornada emocional do mercenário boca-suja são bem executadas, ainda que desnecessárias. Que venha o terceiro!

PS: Fiquem durante os créditos para uma das melhores - com certeza a mais engraçada! - cena pós-créditos já feitas para um filme de super-herói.

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