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O francês Um Perfil para Dois (Stéphane Robelin, 2017) conta a história de Pierre (Pierre Richard), um viúvo aposentado que não sai de casa há mais de dois anos, tem a chance de voltar a viver novamente com a ajuda da internet e Alex, um homem contratado por sua filha para ensiná-lo a usar o computador. Pierre cria um perfil em um site de namoro, conhece a linda jovem Flora (Fanny Valette), e decide marcar um encontro - mas a foto que usou no perfil é de Alex, e não dele.
O longa é mais um exemplar do sub gênero cômico da “confusão de identidade”, na qual a hilaridade é construída a partir de situações onde os personagens trocam ou tem suas identidade confundidas. Aqui, este objetivo é complicado já no primeiro ato, bastante apressado em colocar a trama em movimento, optando por algumas sínteses narrativas - como saltos temporais - que não contribuem para a criação de uma empatia do público com os personagens apresentados, pouco explorando o potencial cômico de elementos como rixas familiares e insatisfações conjugais, evocando, consequentemente, mais o drama do que a comédia.
Ao longo do filme, apesar dos traços de personalidade dos personagens se manterem relativamente os mesmos, as situações vividas pela dupla improvável Pierre e Alex consegue torná-los mais afáveis, ainda que a credibilidade inicial da premissa cada vez mais se perca para dar lugar às situações cômicas, especialmente após a introdução de Flora. Os melhores momentos de comédia no filme, apesar de pouco originais, surgem nas situações onde há uma dinâmica de antecipação de informações para o público, enquanto os personagens permanecem alheios ao contexto completo das situações.
O filme é bem produzido, mas por conta de não balancear tão bem o humor e o drama - elementos que funcionam bem individualmente - e apelar para um desfecho protocolar justificado de maneira um tanto forçada, tem um saldo final não tão positivo.
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