Alien: Confira retrospectiva da franquia

Após 30 anos do seu lançamento, Alien – O Oitavo Passageiro (1979) ainda é um dos maiores exemplos de como terror e ficção científica combinam, sendo lembrado e referenciado constantemente, seja na série de sucesso da Netflix Stranger Things até o recém-lançado longa Vida (Daniel Espinosa, 2017).

Em 1975, o filme Tubarão havia acabado de ser nomeado como o primeiro “blockbuster” da história, ao arrecadar 100 milhões de dólares em bilheteria. Quatro anos mais tarde, Alien - O Oitavo Passageiro conseguiu o mesmo título e uma bilheteria de mais de 100 milhões de dólares, além de um Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. O inegável sucesso do primeiro filme abriu as portas para uma franquia que já dura mais de três décadas e não tem previsão para ser concluída.

Para que você se prepare para a estreia de Alien: Covenant dia 11 de maio, separamos algumas curiosidades e análises da franquia. Confira:

Alien - O Oitavo Passageiro (1979)


Era 1976 quando os roteiristas Dan O’Bannon - Dark Star, A Volta dos Mortos Vivos - e Ronald Sushett (O Vingador do Futuro) começaram a escrever o roteiro de Alien. A 20th Century Fox concordou em realizar o filme após Star Wars (1977) ser um tremendo sucesso, abrindo portas para o gênero de ficção científica. O diretor Ridley Scott, que na época havia dirigido somente Os Duelistas (1977), aceitou o desafio de contar a história do Alien.

O enredo é simples: em 2122 uma nave cargueira acorda seus tripulantes do estado hipersono após receber um sinal de um planeta próximo. Os tripulantes descem ao planeta e lá descobrem uma nave e vários ovos contendo uma espécie alienígena. Um dos astronautas é atacado pelo parasita que ficava dentro do ovo e eles o levam, já infectado, para a nave. Então vemos, numa das mais icônicas cenas do cinema, o nascimento do Alien, que sai de dentro do peito do tripulante infectado e passa a caçar os demais integrantes da nave.
Os rumores de que os atores não sabiam o que iria acontecer na cena é parcialmente verdade. Eles sabiam que algo diferente iria acontecer, mas não faziam ideia de que o alienígena sairia do corpo do ator John Hurt. Recentemente, a atriz Sigourney Weaver, que interpretou a tenente Ripley, revelou um pouco dos bastidores desse momento. 

O longa utiliza cenários que evidenciam a solidão humana, seja através da trilha sonora de Gerry Goldsmith - ou a falta dela - nos momentos necessários, e nas cenas abertas, onde vemos a nave Nostromo lentamente percorrer seu caminho pela vastidão do espaço. Para trabalhar a tensão, Scott utilizou a limitação da época a seu favor e, durante grande parte do longa, não conseguimos ver o Alien. Assim como os tripulantes da nave, sabemos que tem algo ali, mas não sabemos o que é e nem quando atacará.
Por causa do baixo orçamento de 11 milhões de dólares e as limitações tecnológicas da época, a produção teve que abusar da criatividade na hora de criar o Alien e fazer as maquiagens. Para a montagem do xenomorfo foram utilizados lubrificantes representando a "gosma", e os tendões da sua boca nada mais eram do que camisinhas rasgadas. O ovo que origina o parasita era realmente composto de material orgânico, principalmente de corações e estômagos de vacas. 

Aliens - O Resgate (1986)


Sete anos após o primeiro filme, James Cameron é convidado a dirigir a continuação de Alien. Ele era um novato na época e a direção só lhe foi entregue após O Exterminador do Futuro (1984) se tornar um sucesso. Neste segundo filme, ao invés da claustrofobia ocasionada pela nave e o isolamento no espaço, este traz uma zona de guerra e muita ação pautada pelo suspense. 

A tenente Ripley é achada em sua nave e resgatada, somente para descobrir que dormiu por mais de 50 anos e o planeta onde os ovos do Alien estavam foi colonizado. Pouco tempo depois, o planeta perde o contato com a sede. Assim são enviados militares, acompanhados pela tenente como consultora, para resgatar os sobreviventes.

A produção de Aliens não foi nada fácil para Cameron, já que quase toda a equipe era muito próxima de Ridley Scott e não aceitou o novo diretor, tornando o clima no set pesado. A trilha sonora foi outro grande problema. O compositor James Horner entrou em atrito com o diretor muitas vezes durante a pós-produção devido à falta de tempo. Ele teve apenas três semanas para compor e algumas composições tiveram que ser feitas de um dia para o outro. Após isso, ele disse que jamais trabalharia com Cameron de novo, no entanto ele foi responsável pela trilha sonora de Titanic (1997) e Avatar (2009).
Apesar de manterem o alien bem similar ao do primeiro filme, Cameron e sua equipe de design o deixaram mais animalesco e selvagem, algo que combinou perfeitamente com o cenário de guerra proposto. Algumas mudanças quanto ao xenofomorfo em si foram feitas, como a transparência no crânio do Alien no primeiro filme que tornou-se totalmente opaco no segundo. A Rainha Alien de 4 metros de altura exigiu um trabalho excepcional, já que precisava de 14 a 16 operadores para funcionar.

Alien³ (1992)


Foi, infelizmente, nas sequências seguintes que a franquia desandou. Tanto Alien³ (1992) quanto Alien – A Ressureição (1997) enfrentaram grandes problemas de produção. Após a desistência de vários diretores e roteiristas, David Fincher, (Clube da Luta e Seven) que ainda não tinha no currículo nenhuma direção de longa, tornou-se diretor do terceiro filme da saga. Um dos motivos pelo qual o filme não deu certo, seja em críticas ou no faturamento, foi o fato de que ele começou a ser filmado sem script.

Alien³ é uma sequência direta do segundo filme da série, no entanto não conseguiu atingir nem a tensão do primeiro ou a ação do segundo, se perdendo em um drama exaustivo. A Rainha Alien deixa ovos na nave de Ripley causando uma queda da mesma num planeta-prisão onde 25 condenados vivem reclusos. Descobrimos então que o Alien “engravidou” Ripley e dela nascerá a nova rainha. Vemos aqui novamente a Companhia tentando capturar o Alien e a tenente impedindo.

O longa tem duas versões: a que foi para o cinema e a edição especial - Assembly Cut -. A segunda não é chamada de “edição do diretor” porque David Fincher renega qualquer tipo de ligação com o filme, por causa das brigas com os produtores. Cerca de meia hora mais longa, a edição especial possui um maior aprofundamento de personagens e a alteração de algumas cenas, incluindo a final.

Alien – A Ressureição (1997)


Se teve algo que a franquia fez bem foi apresentar novos diretores, e com Alien – A Ressureição, não foi diferente. O longa foi dirigido pelo francês Jean-Pierre Jeunet, que já havia dirigido Delicatessen (1991) e Ladrão de Sonhos (1995), e mais tarde dirigiria O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2002). Jeunet conseguiu trazer um pouco da sua característica, com os closes e personagens excêntricos, o que trouxeram um certo frescor para a franquia.

A história se passa 200 anos após o terceiro filme, onde cientistas criam um clone da tenente Ripley a partir do seu DNA e retiram o embrião da rainha que estava em seu corpo. Como resultado da clonagem, ela acaba se tornando parte Alien. Os xenomorfos que estavam sendo estudados pelos cientistas então fogem, e a tenente se une a um grupo de contrabandistas que estava lá para tentar fugir e impedir que a nave chegue à Terra.
O roteiro de Joss Whedon conseguiu trazer cenas memoráveis, no entanto o design, que era sempre uma grande preocupação, aqui desmoronou. A criatura final, que seria uma espécie de junção entre o Alien e Ripley, vai completamente contra o que H.R. Giger criou com maestria. O 4˚ filme foi o primeiro a utilizar as criaturas criadas em CGI. No anterior o efeito foi um pouco utilizado, no entanto as estruturas corporais eram feitas basicamente de animatronic.

Alien vs. Predador 1 e 2 (2004/2007)


Se hoje em dia temos vários filmes de batalhas entre super-heróis, na época de Alien vs. Predador (2004) tínhamos muitos embates de monstros. Resolveram então juntar dois dos mais temíveis extraterrestres do cinema e colocá-los juntos. Com direção de Paul W.S. Anderson (Resident Evil) o longa trabalha um pouco mais a ferocidade do Alien, trazendo aqui um combatente “à sua altura”. Apesar do fracasso na crítica, o filme foi um sucesso de bilheteria, conseguindo arrecadar 172 milhões de dólares no mundo todo. 

O longa foi inspirado na história em quadrinhos homônima de 1989, escrita por Chris Warner e publicada pela editora Dark Horse. A ideia surgiu quando foi mostrado em Predador 2 o esqueleto de um Alien na sala de troféus dos Predadores. 

Tanto esse, quanto o Aliens vs. Predador: Requiem (2007), dirigido por Colin e Greg Strause (Skyline) é apenas um filme de ação. Enquanto o primeiro pelo menos traz a novidade de que o Alien estava na Terra desde os primórdios das civilizações, o segundo apenas traz sequências de fuga e luta sem realmente adicionar nada à franquia. 


Prometheus (2012)


Prometheus trouxe não só o xenomorfo de volta, como também voltou com seu diretor original Ridley Scott. O longa acontece 30 anos antes do primeiro filme e traz algumas explicações, além de deixar novas perguntas.

O roteiro criado pelo estreante Jon Spaihts e logo depois modificado por Damon Lindelof, narra a história de um casal de arqueólogos que descobre um mapa para o planeta dos criadores da espécie humana: os Engenheiros. Ao chegarem lá, encontram a nave dos Engenheiros onde eles foram dizimados por uma outra espécie.

O visual do filme, resultado do trabalho do diretor de fotografia Dariusz Wolski (Alice no País das Maravilhas, O Corvo) age como um contraposto do primeiro filme da franquia. Enquanto um acontece todo dentro de uma nave e a proposta é o isolamento e a falta de espaço, esse outro traz as possibilidades de um novo planeta e a abertura da câmera mostra a imensidão que os cerca.
Novamente o design das criaturas chama a atenção e, ao contrário de Alien – A Ressureição, se completam com o visual criado por H.R. Giger. Os Engenheiros, que são tão parecidos com os humanos, foram inspirados em Davi de Michelangelo, o Homem Vitruviano de Da Vinci e até mesmo em Elvis Presley! O designer das criaturas foi o mesmo de Aliens Vs Predador. Em uma entrevista, Carlos Huante afirmou que o processo de criação nos dois longas foi diferente. No embate dos monstros, há a proposta de um visual mais divertido, enquanto Prometheus focou em uma visão mais séria.

E o que vem por aí? 


Alien: Covenant, sequência de Prometheus, estreia dia 11 de maio e terá novamente como diretor Ridley Scott, trabalhando agora como roteirista também. Pelo clima de tensão vista no trailer, pode-se perceber que esse será mais parecido com o início da franquia, apesar de se passar antes do primeiro longa.

O longa conta a história da nave colonial Covenant que descobre um planeta que inicialmente parece um paraíso inexplorado. Seu único habitante é o androide David (Michael Fassbender), sobrevivente da expedição Prometheus. O elenco também conta com Katherine Waterston, James Franco, Danny McBride, Demian Bichir, Jussie Smolett, Amy Seimetz, Carmen Ejogo, Callie Hernandez e Billy Crudup.

A revista Empire divulgou uma nova imagem mostrando o novo Alien: o Neomorfo. A cor branca foi, provavelmente, resultado da adaptação do alienígena ao novo planeta.

Confira o trailer:

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