![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqyVWY-alsBTkI-KCBHdDI2Plk8kIIjasE4LjAH-iIR896UWtnMM0zXyE-pB_VZA2zogysUkkP3yclDnw4exXO5OxGdlGIvj9_zIX07zE0ELe0esf-_x-HZYJyI7sMc6v0Q_Th3HuN5-k/s1600/365-Filmes-Tres-Meia-Cinco-Trama-Fantasma-Paul-Thomas-Anderson.jpg)
Não dá para falar de Paul Thomas Anderson sem falar de seus protagonistas. Desde o final da década de 90, o norte-americano vem se estabelecendo como um excelente contador de histórias, e é através do estudo de personagem que ele desenvolve narrativas surpreendentes e admiráveis. Em seu oitavo longa, Anderson retorna a todo vapor, assumindo três cargos de grande importância: a direção, o roteiro e a fotografia.
Ambientado nos anos de 1950, Trama Fantasma é centrado no perfeccionista Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis), que não está disposto a colocar nenhuma prioridade acima de sua brilhante carreira como estilista. Inflexível e um tanto excêntrico, ele se vê desafiado por Alma (Vicky Krieps), uma jovem não muito polida para sua rotina burguesa, mas detentora de uma personalidade tão forte quanto a dele. Os dois desenvolvem uma relação baseada num constante jogo de poder.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzb16wYeGHQzskxpVKd2s-Y0aFbIcvLGFJv55RUQMHH-jAIHzgW8ddCY7UW8YX7dywg8Bqk8YvWhxpKbIKtivwyWe7C4ugcnKiVOLeGVKvyARKHk-tc2YwRqfVbObN_wKg2Z-FG6nWkmU/s1600/365-Filmes-Tres-Meia-Cinco-Trama-Fantasma-Daniel-Day-Lewis-Alma-Festa.jpg)
Não é a toa que o drama apresente as personagens femininas mais proeminentes da filmografia do diretor. Além de Alma, a grande mansão do estilista também abriga Cyril, a irmã apática que não agrega calor algum ao inverno londrino. A atriz Lesley Manville rouba a cena diversas vezes por ser a única capaz de domar a personalidade forte do protagonista. Juntas, as duas mostram como a petulância que Woodcock depende muito delas - e como elas podem facilmente destruí-la.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicEBHGWj3O_jmiyX2T14LN1zRikUOXpB2YaK7QOqeCvmaabeDlRgloxURTTynsMBqaJNE3AxhvFLPz3rPS00XKZk39T5ZwWKb_AymCnvlCv0RqPl0Lmv8hYk_N0BWZnIT6pWtDf2GzoLo/s1600/365-Filmes-Tres-Meia-Cinco-Daniel-Day-Lewis-Trama-Fantasma.jpg)
Na claustrofobia dos close-ups que dominam um dos dramas mais imersivos do diretor, vemos o potencial destrutivo de uma relação que parece começar num contexto amoroso, mas que se transforma em uma máquina imprevisível. Nesta segunda colaboração de Thomas Anderson com Day-Lewis, não é a brutalidade árida do Velho Oeste ou as engrenagens das bombas de extração de petróleo que estabelecem o tom de ameaça. É um suspense mais sutil, uma “morte silenciosa” que paira no ar.