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120 Batimentos por Minuto (2017), dirigido pelo marroquino naturalizado francês Robin Campillo, acompanha um grupo de ativistas LGBT franceses e seus esforços para que a sociedade e a indústria farmacêutica reconheçam a importância da prevenção e do tratamento da AIDS no seu auge epidêmico na década de 90.
O longa, que ganhou o Grand Prix de Cannes, tem na sua primeira hora um ritmo paciente, prontamente revertendo a tensão da sua cena inicial com sucessivos momentos onde acompanhamos a rotina do grupo e suas discussões sobre as táticas e resultado de suas ações, trazendo a tona uma das principais ferramentas narrativas do filme - o diálogo, repleto de conversas casuais e intensas discussões.
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Ao amalgamar suas duas vertentes dramáticas - coletiva e individual, definindo um centro para si na figura de seus tardios protagonistas, a narrativa ganha um novo propósito e se torna mais fluida, ainda que se alongue em alguns momentos que se beneficiariam de um roteiro e montagem mais concisos. A abordagem de Campillo é certeira, contudo, no âmbito estético - especialmente na fotografia que mescla um naturalismo intimista - capturando perfeitamente o espírito coletivo e a intensidade nas cenas de grupo - com planos mais surreais e elaborados.
O filme não se furta de um terceiro ato trágico e pungente, criando uma atmosfera de escuridão e distanciamento que explora o cansaço e a impotência dos personagens. Nos seus momentos finais, mostra uma sucessão de potenciais desfechos e acontecimentos que provam aos personagens e ao público que não há um final aparente para aquela luta, mesmo que o filme em si atinja uma catarse inevitável quando Campillo alterna um último protesto dos ativistas com os mesmos dançando em uma pista de dança, até tornar-se uma só imagem - a luta e a festa devem continuar.
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