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Um dos principais trunfos do longa é seu aspecto realista, remetendo em alguns momentos ao gênero documentário. Com enquadramentos e planos que colocam o espectador como testemunha próxima das cenas, a direção de Caffé é muito apurada em criar essa sensação de “ficção real”. Outro ponto que pesa nesse aspecto é o elenco, unindo artistas renomados como José Dumont e Suely Franco, mas também inclui desconhecidos interpretando a si mesmos. Com essa mistura, não chega a ser surpresa o quanto alguns diálogos parecem naturais e verdadeiros - mas não menos impactantes.
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Suely Franco integra o elenco de peso do longa de Eliane Caffé |
Assim, é possível entender as motivações, dramas e desejos de quem quer apenas ter um espaço para chamar de lar - e não viver em um hotel abandonado, lugar que desde a época em que ainda funcionava sempre teve o propósito de ser passagem, e não moradia.
Em uma época em que refugiados e mesmo pessoas sem-teto estão muito em pauta na mídia e na política, “Era o Hotel Cambridge” cumpre o papel de transformar o que boa parte dos espectadores possa considerar como "apenas números" em uma estatística.
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"Era o Hotel Cambridge" mistura ficção e realidade ao explorar a luta pelo direito à moradia |
E essa é a característica que aproxima “Era o Hotel Cambridge” das grandes obras do cinema nacional que se destacaram em premiações como o Festival do Rio e o Festival de Cinema de Gramado. Afinal, grande parte do propósito da sétima arte é, além de entreter, mudar o mundo em que vivemos - ou pelo menos instigar essa mudança.
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