A magia do Studio Ghibli

Fundado em 1985, o estúdio de animação japonês apresenta um nome recheado de significados. Ghibli se refere a um avião italiano utilizado durante a Segunda Guerra Mundial, sendo também a palavra árabe para "sirocco", um vento quente que se origina no Deserto do Saara e sopra através do Mediterrâneo no sul da Europa, carregando areia com ele. A intenção do estúdio era de "soprar um novo vento através da indústria de anime". Talvez seja por isso que os pais do estúdio, Hayao Miyazaki e Isao Takahata, retratem de forma tão significativa o voo em quase todos os seus filmes.

Não são poucos os espectadores e críticos admiradores de seus enredos complexos, e são através de seus traços finos que Miyazaki cria universos para todos os públicos, em que cada elemento ou personagem tem uma importância singular, mas mesmo que cada história tenha sua temática particular, existem características comuns que identificam os filmes do Ghibli. Seja pelas heroínas fortes, pelo mosaico de cores em cada cena, a constante relação com a natureza ou pelas criaturas incríveis presentes em todos os animes. 
Hayao Miyazaki, Toshio Suzuki e Isao Takahata em divulgação do documentário 




É a partir desse ponto que a cineasta japonesa Mami Sunada estreia em 2013 seu documentário "Estúdio Ghibli, Reino de Sonhos e Loucura" - traduzido em inglês como The Kingdom of Dreams and Madness -. Com o objetivo de mostrar a criatividade e genialidade do estúdio e dos desenhistas, Sunada revela com detalhes a rotina dentro do famoso estúdio, onde, com um olhar mais íntimo, conhecemos uma versão pessimista de Miyazaki sobre seu próprio trabalho.
Hayao Miyazaki é um dos fundadores do Studio Ghibli
Perfeccionista e totalmente dedicado, o famoso desenhista trabalha 10 horas por dia, de segunda à sábado, sem exceção, o que estimula a veneração da cineasta - e a nossa! - a respeito de Miyazaki.

Como o próprio subtítulo já diz, “um ano dentro do mundo do estúdio Ghibli”, não poderia ser diferente. Somos inseridos de forma mágica no dia-a-dia da equipe, onde até se fala sobre a suposta rivalidade de Takahata com Miyazaki, a produção incrível de Toshio Suzuki e relatos sobre a relação que os animadores desenvolvem dentro do estúdio.

Miyazaki segue como protagonista, e não por menos.  Como se o próprio espectador quisesse dar mais ênfase em conhecer a sua vida. Tornamo-nos testemunhas da organização e importância de todo trabalho desenvolvido, como se a câmera reverenciasse tudo o que filma e somos levados a querer conhecer cada vez mais. O documentário é original e exclusivo, imperdível para admiradores do estúdio ou fãs dos desenhistas, nos concedendo uma oportunidade única de participar desse universo.
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