Como seria o nosso mundo se existissem super-heróis? Essa é a principal pergunta que a tanto a Marvel quanto a DC tentam responder, cada uma a seu modo. Os X-Men sempre lidaram com isso de uma forma que trazia reflexão, trabalhando em cima do preconceito e as divisões de raças. Logan traz essa característica, apesar de não ser seu foco. Com os mutantes quase extintos é difícil ver isso, assim a humanidade fica por conta dos próprios personagens.
Depois de seis longas do grupo
X-Men e mais dois em que é o protagonista, Hugh Jackman finalmente teve a
oportunidade de trabalhar o Wolverine com toda a sua profundidade de
personagem, com seus poderes apenas moldando o herói, não sendo assim sua principal
característica. O tempo é o principal vilão nesse filme, ao atingir tanto Logan
quanto o Professor Xavier, dois grandes mutantes que agora não conseguem mais
controlar suas próprias forças. O Professor vive dependente de remédios, lentamente perde a noção da realidade, enquanto Wolverine encontra nas bebidas o refúgio
para a dor e o sofrimento que a velhice e as perdas durante a vida lhe causam.
No final, fica claro que a
violência é o principal personagem do filme, seja nas lutas sem censura, no
sangue escorrendo ou na destruição do personagem que era indestrutível. Toda violência
tem seu fim e ele está em todos os lugares: no passado repleto de mortes de Logan,
nos seus amigos que já não estão presentes, na paisagem desoladora dos desertos,
nas referências utilizadas e até mesmo na trilha sonora, com Johnny Cash.
Não é um filme leve, não há
piadas. “Logan” é cru, violento e doloroso, e esse é o final que o grande
Wolverine merecia. E como fechamento de um ciclo, fica a principal luta que o Carcaju enfrentava e ela é passada para a sua pequena “cópia”: não ser o que
ele foi criado para ser.