8 Mulheres e um Segredo (2018) - A versão nova de uma velha história

8 Mulheres e um Segredo (2018) é a mais nova adição à lista de filmes “derivados”, que parecem ter se tornado a mais recente “onda criativa” de Hollywood ao lado de sequências tardias e reboots que ninguém pediu. A trama acompanha Debbie Ocean (Sandra Bullock), que recém saída da prisão, reúne sua ex-parceira Lou (Cate Blanchett) e mais cinco mulheres para realizar um elaborado roubo de um colar de diamantes de US$ 150 milhões usado pela estrela Daphne Kluger (Anne Hathaway) durante o Met Gala, um dos eventos mais badalados de Nova York. 

A primeira versão da franquia data de 1960 e teve Frank Sinatra como estrela, porém foi apenas com o seu reboot homônimo, 11 Homens e um Segredo (2001), sob o comando do diretor Steven Soderbergh, que a franquia de fato emplacou, encabeçada por atores de sucesso como George Clooney e Brad Pitt. As sequências, oportunamente chamadas de 12 Homens e um outro Segredo (2004) e 13 Homens e um novo Segredo (2007), não repetiram o sucesso do primeiro filme e a série foi deixada de lado por 10 anos, até ser retirada do fundo da gaveta e entregue à Gary Ross, diretor do clássico Quero Ser Grande e do primeiro Jogos Vorazes.

A justificativa para revisitar a franquia foi a inversão de gêneros dos protagonistas. No lugar da equipe de homens, entra a equipe de mulheres, completada por Nine Ball (Rihanna), Amita (Mindy Kaling), Constance (Awkwafina), Rose (Helena Bonham Carter) e Tammy (Sarah Paulson). Na recém proclamada “Era #MeToo”, é certamente empolgante ver um movimento, ainda que primariamente motivado pelo lucro, na direção de uma maior representatividade do público feminino nas telas. 

Contudo, o filme peca na covardia em aproveitar o potencial do seu elenco afinadíssimo, com um roteiro morno e inseguro que referencia e recicla situações da sua “franquia de origem” que pouco acrescentam à trama em si e tomam o tempo que poderia ser investido em aprofundar a relação deste grupo tão heterogêneo de mulheres e criar tensão narrativa. O resultado estético também é pouco interessante e até, diria, brega, principalmente se comparado com o visual e o ritmo estilizado que Soderbergh criou para a fotografia e a montagem da trilogia original. 

A impressão que fica é a de um filme que se acomoda em uma "marca" pré-estabelecida e tenta reproduzi-la de maneira pouco eficiente, mesmo tendo todos os elementos para criar uma identidade própria e originar uma franquia diferente a partir de suas próprias - e novas - ideias.

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