Festival Tribeca: Confira os destaques da 16ª edição

Com um menor número de filmes em sua programação, o Festival de Tribeca chegou à sua 16ª edição com uma visão futurista em relação ao cinema, se consolidando como um evento multimidiático. Além dos filmes, o festival, que aconteceu de 19 a 30 de abril em Nova York, estava recheado de séries, realidades virtuais e até podcasts. A gente fez um apanhado de tudo que aconteceu por lá pra você ficar de olho nas novidades que podem surgir por aqui.

Misturando grandes nomes do cinema com cineastas independentes, o Tribeca foi criado em 2002 pela produtora Jane Rosenthal e pelo ator Robert DeNiro. O intuito inicial era revitalizar a parte baixa de Manhattan – principal ilha que constitui Nova York – após o atentado do 11 de setembro, levando consigo o nome do bairro sede de grande parte das exibições: o TriBeCa. Desde então, todo ano o festival levou mais de uma centena de atrações para a capital do mundo, dentre elas grandes estreias mundiais e exibições de clássicos do cinema.
Hillary Clinton e Kathryn Bigelow na 16ª edição do festival
Apesar da baixa quantidade de filmes, o Festival ofereceu uma programação variada. Na foto acima, Kathryn Bigelow convida Hillary Clinton para um bate-papo sobre o documentário ambientalista "The Protectors". 

Em 2017, no entanto, o festival não alcançou nem a marca dos 100 filmes na programação, contando apenas com 98 produções. Para alguns, isso foi visto como um ar de decadência, para outros, foi uma oportunidade. Por se situar sempre entre dois festivais de cinema massivos - o Sundance, em janeiro, e o Cannes, em maio – o Tribeca sempre lutou com a falta de interesse na mídia e talvez até com uma falta de identidade própria, aspectos que pareceram mudar este ano.

Destaques

Se algo pode ser dito das produções que despontaram, tanto na crítica quanto nas negociações, é que elas têm um nível elevado de representatividade, seja na frente ou atrás das câmeras. O ganhador do Founders Award de Melhor Narrativa, principal prêmio do Festival, deixa isso bem claro. "Keep the Change", dirigido pela estreante Rachel Israel, é uma comédia romântica sobre um casal de autistas que se apaixonam numa terapia em grupo. Apesar de seu aspecto cômico, o filme aborda o transtorno com seriedade, sendo que vários dos atores escalados têm autismo em diferentes graus.

A ficção que levou o prêmio votado pelo público foi a produção suíça "The Divine Order". A história retoma o sufrágio feminino no interior do país europeu no final da década de 60. Além do prêmio da audiência, o filme ainda levou pra casa as honrarias de melhor atriz, para a protagonista Marie Leunenberger, e de melhor direção, para Petra Volpe. 
Cena de "Flower", drama adolescente de Max Winkler
Ainda há o controverso "Flower", que vem fazendo barulho por onde passa nos festivais. O drama adolescente de uma jovem explorando sua sexualidade chamou a atenção por dois motivos. O primeiro é pela sua abordagem inventiva e refrescante que, apesar do humor, leva a protagonista feminina muito a sério. O segundo, e é nele que está a polêmica, a equipe – da direção ao roteiro – composta apenas de homens.

Fora do circuito independente, o festival ainda foi palco para estreias mais comerciais. Foi o caso de "O Círculo", suspense estrelado por Emma Watson e Tom Hanks que foi o último filme gravado pelo ator Bill Paxton, falecido em fevereiro. Também teve o drama "Aardvark", estrelado por Jon Hamm e Zachary Quinto.

Documentários

"Hondros" retrata vida do fotojornalista Chris Hondros conhecido por seu trabalho em conflitos de guerra
A programação contou com uma imensa quantidade de documentários, tendo um deles como a sessão de abertura do festival. "Clive Davis: The Soundtrack of Our Lives" explorou a vida do produtor musical que descobriu grandes nomes da música como Whitney Houston e a banda Aerosmith. A exibição ainda contou com apresentações musicais de grandes artistas ligados à Davis, como Aretha Franklin.

O ganhador do prêmio do público para documentário, "Hondros", retomou a vida do fotojornalista Chris Hondros, renomado por suas fotos de guerra, que faleceu durante os conflitos da Líbia, em 2011. O filme é produzido por Jake Gyllenhaal e é a estreia do diretor Greg Campbell, levando uma menção honrosa do Júri.
Documentário investiga morte de Marsha P. Johnson. drag queen conhecida por iniciar revolta pela liberação LGBT nos EUA

O outro grande destaque é "The Death and Life of Marsha P. Johnson", uma investigação da morte misteriosa e uma exaltação da vida de luta da drag queen que ficou conhecida por iniciar a revolta de Stonewall, marco zero dos movimentos de liberação LGBT nos Estados Unidos. Em 1992, corpo de Marsha foi encontrado boiando no Rio Hudson, em Nova York, e sua morte nunca foi investigada.

Inovação tecnológica

"The Last Goodbye" mostra como a utilização da realidade virtual pode auxiliar nas produções cinematográficas
A grande aposta foi expandir a ideia do que é cinema. Além de ser o segundo ano do TribecaTV (onde o destaque foi o episódio piloto de "The Handmaid’s Tale"), o festival ainda trouxe mais de 30 produções em realidade virtual, das quais 20 eram estreias mundiais. As atrações fugiram das animações usuais dando espaço para curtas que vão desde ficções live-action aos documentários em realidade virtual. 

Dois documentários chamaram a atenção do público e da crítica. "The Protectors", co-dirigido pela ganhadora do Oscar, Kathryn Bigelow, com o estreante Imraan Ismail, denunciou a caça aos elefantes na República Democrática do Congo. Já o comovente "The Last Goodbye" usou a tecnologia imersiva para mostrar a última visita de Pinchas Gutter, um sobrevivente do Holocausto, ao campo de concentração em que foi aprisionado pelo regime nazista.

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