O beijo no cinema

Diversos tipos de beijo se tornaram marcantes no cinema. Hoje em dia se tornou um hábito natural ver cenas de casais se beijando nas telonas. Porém, nem sempre foi assim: o ato foi polemizado nos primórdios da sétima arte. Você já parou para pensar quem foram os pioneiros dessas cenas?

O primeiro beijo da história do cinema foi no filme mudo “The Kiss”, em 1896. Com somente 26 segundos, o curta foi filmado por Thomas Edison e protagonizado por John C. Rice e May Irwin, que apenas conversam e depois se beijam brevemente.

O filme escandalizou a sociedade da época, houve editoriais desaprovadores em jornais, e a cena de beijo foi denunciada como chocante e obscena, levando a Igreja Católica a pedir censura e reforma moral - já que beijar em público nesse período podia render até um processo criminal! -. Confira o curta histórico abaixo:


Já o primeiro beijo entre duas pessoas do mesmo sexo foi no ano de 1927, no filme “Asas” (Wings), também o primeiro filme mudo a ganhar o Oscar de Melhor Filme, fato que só ocorreu novamente em 2012, com “O Artista” (2011). Veja a cena aqui.

Protagonizado por Buddy Rogers e Richard Arlen, a história acompanha dois homens, um rico e um pobre que, apaixonados pela mesma mulher, se tornam pilotos de caça na Primeira Guerra Mundial. Ao longo do filme, vemos que na realidade eles não estavam apaixonados por "ela". 

Depois foi a vez das mulheres: o primeiro beijo homossexual feminino do cinema foi na obra alemã “Meninas de Uniforme" (Mädchen in Uniform, 1931).


Já em terras tupiniquins, um dos primeiros beijos gays no cinema brasileiro aconteceu em 1979, entre Tunico Pereira e Anselmo Vasconcelos, em “República dos Assassinos”, do diretor Miguel Faria Jr.

O cinema brasileiro também produziu alguns filmes com o “beijo” como destaque: “Lábios sem beijos” (1930), de Humberto Mauro; “O beijo” (1965), de Flávio Tambellini e “O beijo da Mulher Aranha” (1985), de Hector Babenco.

A forma como o ato era retratado nas telas foi evoluindo de tempos em tempos, de acordo com a evolução dos nossos próprios costumes. Porém, no começo dos anos 30 uma proibição em Hollywood começou a afetar as cenas de intimidade entre casais na sétima arte. Foi o chamado "Código Hays" - ou Motion Picture Production Code -, que censurava os filmes produzidos até 1960.


Cenas de casais deitados juntos na mesma cama, de nudez ou cenas com beijos muito longos ou "excessivos" eram barrados. Um dos casos mais famosos da censura, foi o do filme “Casablanca” (1942), que por mais incrível que pareça, teve de ter seu final alterado.

Essas proibições surgiram porque os estúdios de cinema queriam aliviar a fama promíscua de Hollywood, então convidaram o respeitado pastor presbiteriano e advogado, Will H. Hays, para comandar a Motion Picture Association of America (MPAA), sendo que todos os filmes tinham de passar por sua avaliação.


Diversos diretores ignoravam as regras, ou criavam formas criativas de burlá-las. Alfred Hitchcock por exemplo, dirigiu uma inesquecível cena de beijo em “Interlúdio” (Notorious, 1946) dentro da regra de apenas três segundos de beijo: os atores Cary Grant e Ingrid Bergman interrompiam os beijos e depois voltavam a se beijar, diversas vezes. A sequência inteira é de mais de dois minutos.

Com o tempo, o código foi perdendo força, já não sendo mais tão respeitado nos anos 50. Oficialmente, ele vigorou até 1966, quando a MPAA introduziu um sistema de classificação por faixa etária em 1968 - e que dura até hoje -.

Em Cinema Paradiso, Salvatore Di Vita, nosso eterno Totó, protagoniza uma cena inesquecível. Ele assiste a uma sequência de planos de beijos que haviam sido censurados no cinema nos anos anteriores. A compilação traz filmes reais e a cena é trilhada por Ennio Morricone. Veja aqui:


São muitos os beijos inesquecíveis do cinema, mas o que os torna tão especiais? A história? Os personagens? Talvez os diálogos que antecedem o momento?

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