13 Reasons Why abre discussão para bullying, machismo, assédio sexual e suicídio

13 Reasons Why estreou no dia 31 de março e desde então se tornou a série da Netflix mais comentada no Twitter. Como acontece quando qualquer produto é lançado, existem aqueles que elogiam como a série retratou os temas centrais e aqueles que não concordam com a abordagem tomada. 

Adaptada do livro homônimo de Jay Asher, que completa 10 anos de lançamento em 2017, a série traz assuntos como suicídio, machismo, bullying e assédio sexual em sua premissa. O projeto já estava em desenvolvimento desde 2011, a princípio a adaptação seria para o cinema, e a atriz e cantora Selena Gomez protagonizaria a trama. Após alguns problemas pessoais, Selena decidiu participar da série como produtora executiva.
A premissa da narrativa é simples. Com 13 episódios, a série traz a história da jovem de 17 anos, Hannah Baker (Katherine  Langford), que cometeu suicídio e deixou 13 fitas para 13 pessoas que são consideradas os motivos pelos quais ela tirou a própria vida.  Acompanhamos a história através dos olhos - ou ouvidos! - de Clay Jensen (Dylan Minnette), um dos motivos de Hannah.

A adaptação em si foi bem-sucedida, deixando a base de fãs satisfeita com o resultado final. Como qualquer adaptação, há mudanças. Uma das mais marcantes é a participação dos pais dos jovens na história, principalmente os da Hannah, que não tiveram espaço nenhum na versão literária. 

Também é preciso destacar a duração da narrativa. No livro, Clay ouve todas as fitas em apenas uma noite. A história se desenvolve rapidamente em 256 páginas. Já a série nos traz 13 episódios de 50 minutos, aproximadamente, e se passa durantes algumas semanas. Dessa forma, conhecemos as outras personagens e os motivos de Hannah de forma mais aprofundada e humanizada. 
Quando deixamos de lado as diferenças de livro para série, o foco é todo voltado para como a produção trata dos assuntos que constroem sua história. Além do suicídio em si, o bullying talvez seja o mais forte durante os episódios. 

Mas é importante lembrar de como grande parte dos problemas que Hannah enfrenta desde o início da série parte do machismo. Seja ele em forma de palavras ditas por meninos, - e até meninas -, ou ações degradantes, ele está presente em cada canto de 13 Reasons Why e merece destaque. 

O momento que mais chamou atenção do público, positiva e negativamente, foi a cena em que Hannah tira a própria vida e como ela foi construída na série, de forma extremamente explícita. Ao analisarmos a cartilha da OMS (Organização Mundial de Saúde) sobre como retratar o suicídio na mídia, não há como negar que a série ficou na área de “o que não fazer”. 
Especial da Netflix abre discussão sobre os temas presentes na série
No especial “Entendendo os Porquês”, produzido pela Netflix, contendo entrevistas de produtores, atores e profissionais da área de saúde mental, o criador e roteirista da série, Brian Yorkey, explica o motivo da cena que gerou polêmica: “Nós trabalhamos duro para que não fosse injustificado, mas queríamos que fosse difícil de assistir por que queríamos que ficasse bem claro que não tem nada, de forma alguma, que valha o suicídio”. 

Ainda não foi confirmado se haverá uma segunda temporada da série. Apesar de só haver um livro, a adaptação conseguiu trabalhar com diversos aspectos da trama que não foram concluídos, abrindo espaço para a especulação. Em entrevista à Entertainment Weekly, Jay Asher, autor do livro, comentou: "Eu gostaria de ver uma continuação desses personagens, também estou curioso. O que acontece com Clay? Como as pessoas reagem ao que Alex faz no final? O que acontecerá com o Sr. Porter? Eu pensei em uma sequência para o livro. Cheguei a fazer um brainstorming, mas decidi não escrever. Então adoraria ver o que a Netflix faria".

E você? O que achou da abordagem da Netflix com os temas tratados? Você gostaria de ver uma próxima temporada?

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