A reinvenção de Jean-Claude Bernardet

A vida de um dos críticos do cinema brasileiro mais icônicos está num documentário que integrou a Mostra Olhos Livres da vigésima Mostra de Cinema de Tiradentes. A Destruição de Bernardet, dirigido por Claudia Priscilla e Pedro Marques, se debruça sobre o envelhecimento do belga naturalizado brasileiro Jean-Claude Bernardet.

O título do filme é intrigante, convida o espectador a ser cúmplice numa jornada destrutiva da imagem estampada num passado de um ser que envelhece e se confronta com a ideia de fim. “Na verdade o que a gente entendeu como fato pra destruição seria a profanação do intelectual. Em São Paulo ele é chamado pelos intelectuais e alunos da ECA de Bernardet, então por isso A Destruição de Bernardet. A ideia seria a de profanar esse intelectual e devolver um ser humano que sai desse lugar em que o Jean-Claude sempre foi posto, de uma ser inatingível. Mais do que tudo é um filme sobre a reinvenção da longevidade. E eu acho que esse é o grande legado que o Jean-Claude nos dá”, comenta a diretora.

A destruição, nesse sentido, não se refere a um comum processo de decadência, mas sim a um modo de vida que busca abandonar as antigas vestes e seguir por um terreno que possibilite novos olhares e percepções. Frequentar essa mudança é poder ouvir as vozes do passado gravadas em audio tape e perceber que já se habita um outro espaço. Protagonizando filmes de Cristiano Burlan e Kiko Goifman, Jean-Claude integra em sua atual fase a vocação de um ator-performer e mostra que envelhecer pode ser mais que um processo de espera pelo fim.

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