De Fred Astaire a WALL-E: confira 7 referências em La La Land

"As pessoas amam as coisas pelas quais outras pessoas são apaixonadas". O diretor Damien Chezelle, já consagrado por Whiplash (2014),  provou isso em La La Land, já que um dos motivos de maior fascínio da audiência são as referências aos filmes clássicos. O longa-metragem trouxe uma natureza saudosista dos musicais hollywoodianos da Era de Ouro e encantou a audiência de uma geração que não estava acostumada com esse estilo. Entre os referenciados estão grandes filmes como Cantando na Chuva (1952), Amor Sublime Amor (1961) e Grease (1978), chegando até mesmo a sucessos contemporâneos como Moulin Rouge! (2001). 

Mas não é só nessas homenagens que La La Land remete a filmes clássicos. Separamos algumas inspirações e referências espalhadas pelo filme que você pode não ter percebido. Atenção: esse texto contém spoilers. A 365 Filmes não se responsabiliza pelos danos causados! 

1. A maior inspiração

Cena do filme "Os Guarda-Chuvas do Amor", ganhador do prêmio Palma de Ouro no Cannes de 1964



O filme que mais influenciou La La Land foi o francês Os Guardas-Chuvas do Amor (1964), de Jacques Dermy. O clássico inspirou angulações e movimentos de câmera, os diálogos cantados e até mesmo a narrativa do casal protagonista. Esse tributo de Chazelle a Dermy fica explícito em vários momentos: na peça desenvolvida por Mia (Emma Stone), onde a personagem se chama Geneviève, mesmo nome da protagonista francesa; e na cena em que a janela do filme Casablanca é mostrada, logo embaixo dela funciona uma loja de guarda-chuvas.

2. Sapateado

Cena do filme "Os Guarda-Chuvas do Amor", ganhador do prêmio Palma de Ouro no Cannes de 1964



A cena que virou o pôster do filme foi a coreografia mais trabalhosa e não é à toa: as inspirações não são ninguém menos que Fred Astaire e Ginger Rogers, principalmente no filme “O Picolino” (1935) e “Vamos Dançar?” (1937). Devido à luz do crepúsculo, Emma Stone e Ryan Gosling tinham apenas 33 minutos diários – equivalente a cinco tentativas - para acertar o complicado plano sequência. Para garantir o sucesso, os ensaios para esse momento começaram em maio de 2015.

3. Epílogo

O filho do próprio diretor protagonizou o clássico "O Balão Vermelho"
No número de dança que marca o epílogo de La La Land vemos uma série de homenagens explícitas a vários filmes famosos. O relógio remete a “Meia-Noite em Paris” (2011), de Woody Allen, enquanto os balões entregues à personagem de Emma Stone recriam uma cena de “Cinderela em Paris” (1957). No entanto, uma delas passa quase despercebida. Um dos figurantes segura um balão enquanto traja roupas idênticas ao protagonista de “O Balão Vermelho” (1956), de Albert Lamorisse. O clássico tem pouco mais de meia-hora e quase nenhum diálogo, mas ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original.

4. Carreira do diretor

Jason Palmer e Desiree Garcia em "Guy and Madeleine on a Park Bench"

A demorada troca de olhares dos protagonistas no final de La La Land é a assinatura característica de Damien Chazelle – a mesma coisa acontece em Whiplash (2014). Mas não é só essa ligação com o passado da carreira do diretor. Enquanto Mia e Sebastian caminham pelos estúdios da Warner, dois figurantes aparecem carregando um grande pôster para um filme chamado “Guy and Madeleine”. Isso é uma referência à "Guy and Madeleine on a Park Bench" (2009), primeiro filme de Chazelle, que também é um drama musical sobre jazz.

5. Cenários e figurinos

Placa do tradicional restaurante Smoke House no bairro de Burbank em Los Angeles
A direção de arte é responsável por várias das referências sutis em La La Land. Por exemplo, a jaqueta vermelha que Mia usa em duas de suas audições faz homenagem ao figurino do personagem de James Dean em Juventude Transviada (1955). Além disso, a locação usada para filmar o restaurante gerenciado por J.K. Simmons é o tradicional Smoke House, estabelecimento que fica em frente aos estúdios da Warner em Los Angeles. Ele sempre foi ponto de encontro para celebridades e também já foi locação para vários outros filmes e séries de TV.

6) Grafites

"Você é a Estrela", mural feito em 1983 pelo artista Thomas Suriya, localizado na Avenida Wilcox em Los Angeles



Nas cenas em que Mia (Emma Stone) anda pelas ruas desertas da noite de Los Angeles vemos dois grafites que são pontos turísticos da cidade e dicas bem-humoradas sobre o futuro da personagem. O primeiro mostra diversos atores e atrizes dos filmes antigos, já o segundo apresenta várias personalidades famosas sentadas em uma sala de cinema, de forma que elas encaram quem passa na calçada. O título da obra é “Você é a Estrela”.


7. Animações como inspiração

A animação é uma distopia em que o Planeta Terra é inabitável, por estar coberto de lixo



Segundo a coreógrafa Mandy Moore, o próprio diretor deu as diretrizes para a valsa do casal no observatório de Los Angeles. Entre elas estavam duas animações como exemplo. A clássica dança em “A Bela e a Fera” (1991) inspirou os rodopios quase esvoaçantes da coreografia, enquanto a sequência em que os protagonistas cruzam o céu estrelado teve inspirações inusitadas. Apesar da forte ligação com o contemporâneo Moulin Rouge! (2001), o diretor indicou um momento da animação WALL-E (2009) para exemplificar a leveza e fluidez que queria mostrar na cena. O momento em questão é quando os robôs WALL-E e Eva dançam pelo espaço.

Este vídeo reúne as principais referências do filme. Assista abaixo:


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