O Mundo dos Peculiares


Lançado na última quinta (29/09), “O Lar das Crianças Peculiares” (Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children) foi dirigido por Tim Burton e é baseado no livro homônimo do autor Ransom Riggs. Na história, o jovem Jake parte em uma jornada para desvendar um mistério deixado por seu avô. É então que ele conhece a senhorita Peregrine e as crianças com habilidades especiais que vivem sob seus cuidados.

O filme tem um início corrido. O protagonista Jake, sua personalidade e sua relação com o avô poderiam ter sido melhor construídas. mas esse começo rápido leva o espectador à parte mais interessante: os peculiares.


Todos os personagens e suas habilidades são um prato cheio para o diretor Tim Burton, que pôde usar toda sua criatividade na construção desses heróis. Além disso, ele inseriu alguns de seus elementos já consagrados, como o stop motion e o seu apreço pelo estranho e sombrio.

A história e as criaturas imaginadas pelo autor Ransom Riggs parecem ter sido feitas especialmente para Burton transformar em filme. Falando sobre o livro, o próprio diretor disse: “Vocês têm certeza de que não fui eu quem escreveu esse livro? Parece algo que eu teria feito...”.


A atriz Eva Green está fascinante no papel da diretora do orfanato, Alma Peregrine. Uma de suas peculiaridades é a de se transformar em um pássaro. Eu simplesmente acho que não há papel em que ela não se destaque completamente na tela. Ela rouba a cena como a Miss Peregrine, com seu olhar marcante, sua voz e sua expressão. 

A adaptação de uma obra literária é sempre delicada - principalmente para os fãs do livro em questão. Mas as duas obras devem se separar: quem não leu o livro tem que ser capaz de entender todos os aspectos apresentados em tela. Eu não li o livro, e para mim algumas explicações sobre certas escolhas que o protagonista teve na reta final e afetavam outros personagens não ficaram muito claras. Assim como a relação de Jake com o avô, se mais bem trabalhada poderia ter iluminado o espectador sobre suas escolhas.


Muito provável que no livro os personagens tiveram seus relacionamentos mais aprofundados, mas no que diz respeito ao casal, ele pareceu reciclado e um tanto quanto "requentado". Se não existisse e não fosse tão forçado, talvez fosse melhor. Mas parece que nenhum bom filme de aventura e fantasia nos últimos tempos consegue escapar do interesse romântico.

Apesar de algumas falhas de continuidade e construção de personagens, “O Lar das Crianças Peculiares” é um ótimo filme, que a julgar por sua bilheteria tanto nos Estados Unidos (28,8 milhões de dólares, arrecadados no primeiro final de semana) quanto no Brasil (R$ 7,7 milhões), nós ainda vamos ver muitas crianças peculiares por aí. Afinal, três livros da série já foram escritos,  e como sagas nesse estilo costumam fazer, o último livro sempre pode ser dividido em dois filmes, como foi o caso de Jogos Vorazes.

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