Na última edição do BAFTA (2016), o filme argentino "Relatos Selvagens" venceu a categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O diretor Dámian Szifron já tinha colocado o Cinema Argentino sob atenção do mundo todo quando o mesmo filme concorreu ao Oscar em 2015.
Mas ele não é o único diretor que tem participado dessa renovação na Argentina. Desde os anos 2000 (e logo após um período de estagnação), as produções argentinas têm crescido e os realizadores foram reconhecidos por fazerem grandes filmes com baixo orçamento. Para você conhecer melhor o cinema da terra dos hermanos, montamos uma lista que vai desde as obras mais clássicas até as mais densas:
1) A História Oficial
La Historia Oficial | Luis Puenzo, 1985
Primeiro filme argentino a receber o Oscar, conta a história de Alicia, uma professora desconfiada de que a criança que adotou seja filha de algum dos desaparecidos na ditadura militar. Assim, ela passa a pesquisar sobre a origem da criança. Nesse período, o cinema argentino foi dedicado a recuperar a memória da ditadura. Por isso, o filme é importante na compreensão do impacto desse momento na vida das pessoas.
2) Pizza, Cerveja, Cigarro
Pizza, Birra, Faso | Adrián Caetano e Bruno Estagnaro, 1998
É considerado um marco histórico na retomada do cinema argentino, sendo bem recebido em diversos festivais e é a essência do que aconteceu com as produções seguintes, que conseguiram se superar tecnicamente mesmo com baixo orçamento. O filme é sobre um grupo de jovens que, organizando pequenos furtos, tenta sobreviver na capital.
3) O Abraço Partido
El Abrazo Partido | Daniel Burman, 2004
Conhecido como o Woody Allen argentino por ser verborrágico e autobiográfico, o diretor Daniel Burman também é um dos principais nomes dessa nova geração de jovens cineastas. O filme conta a estória de um jovem judeu argentino, neto de refugiados que busca reconstruir a sua própria identidade cultural. Foi um dos filmes argentinos mais assistidos em 2004 e ainda venceu o Grand Prix no festival de Berlim.
4) A Mulher sem Cabeça
La Mujer sin Cabeza | Lucrecia Martel, 2008
Lucrecia Martel é uma das realizadoras mais importantes da América Latina e um dos principais nomes do então conhecido "cinema de autor". Seus filmes não seguem uma estrutura narrativa clássica. Em outras palavras, desconcertam e questionam, mais do que respondem. São histórias deixadas abertas. Nesta obra em específico, a própria forma do filme (fotografia, som, cenografia) adentra na cabeça da personagem principal, Vero, que passa por um momento de trauma.
5) Medianeras
Medianeras | Gustavo Taretto, 2011
O filme, ao falar da geografia das cidades e da arquitetura (um problema que está sendo colocado em debate recentemente), explora as estórias de Martín e Mariana, dois jovens solitários e neuróticos que tentam se descobrir em meio ao caos urbano.
6) O Clã
El Clan | Pablo Trapero, 2011
Pablo Trapero é um dos cineastas mais vigorosos da Argentina, sendo conhecido por filmes como "Leonera" e "Elefante Branco". O Clã foi considerado um marco ao aproximar os argentinos de seu cinema nacional. Batendo recordes de bilheteria, a narrativa fala sobre a família especializada em sequestros durante os anos da ditadura, que tenta descobrir como continuar seu negócio após o fim desse período negro.
7) O Fundo do Mar
El Fondo del Mar | Damian Szifron, 2003
E é claro que Damian Szifron não poderia ficar de fora desta lista. Esse é o primeiro filme escrito e dirigido pelo cineasta e representa o ínicio do que se tornaria seu cinema agora. Através do humor, o filme conta a história de um arquiteto tentando se recuperar do ciúme obsessivo que sente pela namorada Ana, ao mesmo tempo que tenta se tornar uma pessoa independente.