O Legado de Wes Craven

O Legado do cineasta Wes Craven, criados das séries de terror A Hora do Pesadelo e Pânico
É difícil encontrar algo que explique um trabalho, ou defina as ações de um profissional tão grandioso, mas acho que a frase de Welles se adequa muito bem a esta situação:

"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho."
E 'sonho' foi o pilar que ergueu o nome do agora saudoso Wes Craven. Mas não somente da forma estereotipada a que muitos pensam, se aplicando a seu personagem mais conhecido. Mas o sonho de modificar todo um gênero, de fazer tudo o que não estava sendo feito mais naquele momento, de trazer de volta uma identidade perdida a muito em meio aos clássicos de horror da Sétima Arte.

Craven relembrou Hollywood que até mesmo os filmes mais sangrentos precisam de um bom roteiro. Que o melhor susto pode se ocultar atrás da mais bem contada história. E acima de tudo, encontrou o ingrediente que faltava em um 'terror' que já vinha perdendo sua força, e que hoje pode se dividir entre antes e depois de uma “Elm Street”.

Mas quem seria esse Craven que chegou a Hollywood e nos mostrou seu sonho oculto em meio a um 'pesadelo'?

Para aqueles que o conheceram quando jovem, talvez ele fosse apenas um ex-professor que resolveu se aventurar em um ramo mais lucrativo, na produção pornô. Mas por que se limitar a uma visão superficial de alguém que tentou ao máximo entrar em nossas mentes da maneira mais profunda?

Wes Craven na verdade se apresentou para o cinema em 1972, ao dirigir “Aniversário Macabro” (The Last House on the Left), e foi capaz de surpreender um público que àquela altura já estava acostumado a um sangue ficcional tão falso quanto o próprio nome. Talvez isso explique o medo que se espalhou não só em cada sala onde o filme foi exibido, mas dentro do próprio set (de acordo com os relatos do astro David Hess). O que não se esperava é que dali também saísse o nome que se tornaria um dos mais marcantes no gênero. E que já levou muitos - provavelmente isto inclui você - a perder o sono.

Krug era apenas mais um em qualquer filme de terror. Mas Krueger, esse sim; um sobrenome imponente, uma derivação que associada ao primeiro nome foi capaz de causar arrepios até no mais cético dos homens.

Freddy Krueger invadiu nossos sonhos pela primeira vez em 1984. “A Hora do Pesadelo” (A Nightmare on Elm Street) se tornou um divisor de águas e criou um padrão que naquele momento se tornara infalível. Nascia ali não apenas uma nova forma de se ver o terror, mas de se fazer terror. Aquele que um dia havia lecionado em uma sala de aula, ensinava agora, mesmo que inconscientemente, a arte de comandar os estúdios.

Copiado por muitos, igualado por poucos, e em certos momentos nem por si mesmo, Craven se reencontrou ao dar ao mundo o psicopata que viu no próprio cinema sua fonte de inspiração. Pânico (Scream, 1996) não foi só um trabalho impressionante e aclamado pela crítica, como também trouxe com seu icônico Ghost Face uma das máscaras mais lembradas dos séculos XX/XXI.

Talvez, em meio a tudo isso, o nome do criador tenha ficado em segundo plano, sob o de suas obras, porém nunca esquecido. E é por isso que neste momento fico feliz em dizer aqui: É por culpa de Wes Craven que passamos muitas noites sem conseguir dormir, ou com medo de sonhar.

Abaixo você confere uma pequena galeria de imagens de alguns longas do diretor e roteirista que nos deixou neste domingo (30/08):

Aniversário Macabro (1972)


A Hora do Pesadelo (1984)


Shocker (1989)


Pânico (1996)


A Sétima Alma (2010)

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